quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A alegria da minha tia ALI


Vou falar hoje da alegria da minha tia Ali.
Ela era diferente de todas as irmãs, mais clara e bem alta, casou-se com um homem que no máximo tinha 1,55 m. Era um casal bem diferente quando saiam juntos ela ia sempre na frente ou atrás, chamava atenção de todos e ela não gostava.
Como não tiveram filhos adotaram duas crianças.
Eram felizes ao seu modo, de casa para a igreja, as festas só as religiosas, a da padroeira Sant'Ana que é comemorada no mês de Julho, e as de fim de ano.
Fazia bonecas de pano lindas , para passar o tempo não dando conta das encomendas, toda criança gostaria de ter uma.
O marido trabalhava na capital, e deixava as compras da semana e uma certa importância em dinheiro, na terça-feira ela já tinha doado tudo. Daí perceberam que tinha alguma coisa errada passando do limite, levando-a a muito custo ao médico, fez um tratamento internada, quando voltou estava boa, mas com a alegria de sempre.
De vez em quando eu vinha até a cidadezinha, ficar na casa da minha sogra, quando ela sabia aparecia lá, ela adorava crianças.
Nos domingos pedia que arrumasse as meninas para acompanhá-las a missa das nove, uma delas tinha um cabelo preto curto e de franja e a outra cabelos castanho que eu enchia de cachos, a "La Shirley Temple", ficavam todas arrumadas e bonitas e era com um certo orgulho que ela pegava nas mãos das crianças e as levavam a igreja que ficava perto da casa da minha sogra.
Um dia uma das minhas primas me chamou atenção, disse que uma das meninas estava tirando a concentração dos fiéis, ai explicou porque. Uma das meninas pedia para colocar os óculos que eram da minha avó, por sinal bem antigos, as lentes eram redondas e os aros dourados.
Ai já viu, uma menina com cara de sapeca, de cachos e por cima de óculos antigos! Enquanto os outros se ajoelhavam para frente, ela se ajoelhava no banco virada para o povo, não tinha pessoa por mais séria que fosse, que não achasse engraçado, resultado tirava a concentração.
Meu marido resolveu a situação, nos horários das missas ele ia com elas fazer um passeio só regressando ao término da última missa as onze horas.
Sinto saudades da minha madrinha Ali, alegrou a minha vida com o seu bom humor e suas risadas, suas graças sem percebermos que era uma pessoa doente e sim alegre. Que Deus a tenha.

Um comentário:

Luz de Vagalume disse...

Parabéns Celina!Seu texto esta cada vez mais bem construido!Continue assim,dando exemplo a todos que lhe acompanha!Bj