quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um amor quase perfeito


Havia prometido a mim mesma que um dia escreveria sobre nossa história.
Quando o conheci eu estava passando por uma grande dor, tinha perdido o homem que amava. Minha mãe tentando me trazer um pouco de alegria me aconselhou para que fosse passar o fim de ano na casa de minha avó, ela sabia que eu adorava estar com minhas primas e com a minha tia, sempre adorei aquela cidade onde tudo era muito simples e poético para mim, as simples coisas me encantavam, era como se fosse um mundo mágico.

Cheguei a cidade com apenas quinze dias faltando para o natal, as primas e amigas vieram me buscar para passear na pequena praça, sentar nos bancos e conversar. Geralmente era sobre o nosso futuro e o que pretendíamos, eu era péssima companhia, permanecia o tempo todo calada, quando era inquirida eu respondia.

Chegou o natal mas nem o vestido novo trouxe a alegria que sentia todos os outros anos, a minha tia havia mandado para costurar um vestido e me pediu para apanha-lo, fui com uma prima que estava sempre comigo. Quando cheguei lá o vestido não estava pronto, ela perguntou se nós podíamos esperar, respondi que sim e ela nos pediu para sentarmos e esperar um pouco. De repente escutei alguém perguntando as horas, era seu irmão que tinha vindo passar as festas de fim de ano com sua mãe viúva e com a irmã, a costureira.
Ele ouviu nossa conversa, se arrumou um pouco e veio nos cumprimentar, falou que estava descansando um pouco.

Eu fiquei tão sem jeito e continuei calada só a minha prima falava, pois já conhecia a família e ele também, ele fez perguntas puxando assunto e eu continuei calada (muito mais tarde eu perguntei qual sua primeira impressão sobre mim, ele respondeu "Acho que o gato comeu a língua dela", olha que coisa romântica!)

Voltamos com o vestido da minha tia que perguntou sobre a demora, a minha prima respondeu e falou sobre o irmão, onde ela resmungou "aquele enxerido esta ai?" e me deu alguns detalhes da vida dele, dizendo que ele tinha coleção de namoradas e era noivo de uma prima que morava no interior, noivou para satisfazer o desejo da mãe dele. Mas nunca tinha tempo para ir lá, era muito distante a cidade que ela morava, naquele ano ela o esperou e ele não foi vê-la, ela mandou desmanchar o noivado, vim saber bem depois.

Dando início a uma caçada acirrada, todo canto que eu ia, acabava esbarrando com ele, na igreja, na praça, ele estava sempre lá, vendo que não adiantava me escrever uma carta de amor, onde li com minha prima e demos boas risadas dos exageros.

De vez em quando ele desaparecia, vim saber depois que ele resolvia assuntos do interesse dele, sendo militar, precisava se apresentar e aguardar a transferência pois antes ele estava servindo em Fernando de Noronha e tinha pedido transferência para o Rio Grande do Sul.

Passamos o natal e a família toda estava reunida, estavam as minhas tias que moravam em sítios, os amigos da minha avó que era uma família composta por um casal e de dois filhos pequenos. Eles gostaram muito de mim e me convidaram para passar a festa de São Sebastião (o padroeiro do lugar, da pequena cidade).
E assim aconteceu, faltando uma semana para a festa, eles mandaram me buscar, me despedi da minha tia, esta dizendo que eu estava em boas mãos e que eu aproveitasse bem. Nunca me senti tão deslocada, eles moravam num casarão, cheio de varandas, tinha um engenho, algumas casinha dos moradores e um imenso canavial, e plantações de abacaxis.

A solidão era terrível, antes de viajar falei com a minha prima, que prometeu chegar na sexta-feira, passei o dia achando alguma coisa para preencher meu tempo, fui com as crianças ver o rio, as plantações de cebolas e tomates, a horta do casal, sua criação de galinhas. Vi tudo, mas não tinha nenhum livro parar ler (meu passatempo preferido).

A festa começava na sexta-feira e me decepcionei quando minha prima não veio, eu mostrava que estava gostando de tudo para não deixá-los tristes, mas era horrível. Quando chegava a noite ficava admirando o céu estrelado e os vaga-lumes piscando, pois nunca havia visto tantos...

Continua...

Paz, Celina

6 comentários:

chica disse...

Maravilhosa história, quero seguir o resto...beijos,chica

Caca disse...

Nem precisa avisar, Celina.rsrs. Na hora que eu vir a postagem, venho aqui correndo. Está ficando muito atrativa a história. Abraços. Paz e bem.

Paula Barros disse...

Ah, Celina, assim não vale, e eu fiquei com o gostinho de quero continuar logo rsrs

No aguardo.

abraço.

Anônimo disse...

Celina,que história,menina!Eu quero ver a continuação!Morri de rir com a primeira impressão dele de vc!...rsss...Volto para ler quando postar!Bjs,

Maria Rodrigues disse...

Querida amiga linda história, fico à espera para ler a continuação.
Aproveito para desejar um excelente fim-de-semana.

“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.” (Ralph Waldo Emerson)

Bjs do tamanho do infinito
Maria

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Fiquei curiooooosa, Celina!!! rs
Você deveria ver a minha cara cheia de felicidade quando encontro um comentário seu.
Obrigada por participar dos meus blogs!


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda

Bjkas e ótimo final de semana!
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